Isso aqui mudou a HISTÓRIA na nova geração de lentes fácicas para refrativas

Nos últimos anos, as lentes fácicas passaram por grandes avanços tecnológicos. Essas mudanças transformaram completamente os resultados e reduziram os riscos que eram comuns nas versões antigas.

Neste artigo, explico de forma clara o que são as lentes fácicas, quais eram as principais complicações das gerações anteriores e como a nova tecnologia solucionou esses problemas.


O que são as lentes fácicas

As lentes fácicas são implantes intraoculares utilizados para corrigir graus altos de miopia, hipermetropia ou astigmatismo.
De forma simplificada, elas funcionam como lentes de contato internas, implantadas dentro do olho de forma permanente — ou seja, não é necessário colocá-las ou retirá-las diariamente.

A lente é posicionada entre a íris (a parte colorida do olho) e o cristalino (a lente natural responsável pelo foco da visão). Essa localização é essencial para entender as complicações que ocorriam nas lentes das gerações mais antigas.


Complicações das lentes fácicas antigas

Dentro do olho, há um líquido chamado humor aquoso, produzido na região posterior e que flui em direção à parte anterior do olho, passando pela pupila. Esse líquido é responsável por nutrir as estruturas internas e manter a pressão ocular equilibrada.

Nas lentes fácicas antigas, o principal problema era que o implante bloqueava parcialmente o fluxo do humor aquoso.
Esse bloqueio causava duas complicações sérias:

  1. Aumento da pressão intraocular:
    O líquido continuava sendo produzido, mas não conseguia circular corretamente. Isso fazia com que se acumulasse atrás da íris, elevando a pressão do olho — um quadro que poderia evoluir para glaucoma agudo.
  2. Formação precoce de catarata:
    O acúmulo de líquido atrás da íris também afetava o cristalino, que acabava sofrendo alterações estruturais e se tornando opaco. Como resultado, muitos pacientes desenvolviam catarata precoce após o implante.

A solução: o surgimento da iridotomia

Para resolver o problema do bloqueio do fluxo do humor aquoso, os oftalmologistas da época criaram uma técnica associada chamada iridotomia — um pequeno orifício feito na parte superior da íris, funcionando como uma “segunda pupila”.

Essa abertura permitia que o líquido passasse da parte de trás para a parte da frente do olho, equilibrando a pressão interna.
Apesar de eficaz, a iridotomia trazia um novo desafio: durante a abertura, pigmentos da íris eram liberados, o que aumentava a inflamação pós-operatória. Era um desconforto temporário, mas que dificultava a recuperação ideal.


A revolução das lentes fácicas modernas

Com o avanço da tecnologia, as novas gerações de lentes fácicas foram completamente reformuladas.
A principal mudança foi a inclusão de pequenos orifícios centrais e periféricos na própria lente — uma solução simples e extremamente eficiente.

Esses orifícios permitem a passagem natural do humor aquoso sem necessidade de realizar a iridotomia.
Assim, o líquido flui livremente dentro do olho, mantendo a pressão intraocular estável e eliminando o risco de catarata induzida pelo acúmulo de líquido.

Além disso, as novas lentes são fabricadas com materiais biocompatíveis, que se adaptam melhor às estruturas oculares, reduzem a inflamação e proporcionam um pós-operatório mais tranquilo e seguro.


Vale a pena confiar nas novas lentes fácicas?

As lentes fácicas antigas apresentavam riscos que, à época, limitavam suas indicações. Hoje, com as versões modernas, o cenário mudou completamente.
A presença dos microorifícios e os novos materiais utilizados tornaram o procedimento muito mais seguro e previsível.

Se me perguntarem se eu colocaria uma lente fácica de geração antiga no meu olho, a resposta é não.
Mas as lentes de nova geração? Sim, colocaria sem preocupação. Elas oferecem excelentes resultados visuais e um perfil de segurança altamente confiável.


Conclusão

As lentes fácicas evoluíram de forma impressionante.
O que antes era um procedimento restrito e arriscado, hoje se tornou uma alternativa moderna, segura e eficaz para quem busca liberdade dos óculos e das lentes de contato.

Com o avanço da tecnologia, a oftalmologia mostra mais uma vez que enxergar bem vai muito além de corrigir o grau — é proporcionar qualidade visual e conforto duradouro.

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Dr. Délio Evangelista

Dr. Délio Evangelista

Sócio-fundador da Neo Oftalmologia.
Graduação em Medicina - Universidade Federal de Sergipe;
Residência Médica em Oftalmologia - Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp;
Catarata e Ultrassonografia Ocular - Instituto Suel Abujamra;
Fellow (subespecialização) em Retina Vítreo.

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